Imprimir Resumo


Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 1393-2

1393-2

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO IN VITRO DA CEFTAZIDIMA/AVIBACTAM E AZTREONAM CONTRA BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES PRODUTORAS DE CARBAPENEMASE

Autores:
Irlaine da Conceição Costa Cardoso (FBHC - Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia.) ; Maria das Graças Barros Costa (FBHC - Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia.) ; Anne Caroline Bezerra Vasconcelos (FBHC - Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia.) ; Thiago Fernando Sousa Matos (FBHC - Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia.) ; Renan Meneses Gama (FBHC - Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia.) ; Roberto Vivas da Silveira (FBHC - Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia.)

Resumo:
Bactérias multirresistentes produtoras de carbapenemases são frequentemente associadas a opções terapêuticas limitadas. Novas combinações de antimicrobianos estão sendo exploradas como possíveis opções de tratamento de infecções por esses patógenos. A ceftazidima/avibactam (CZA) consiste em uma combinação de cefalosporina com um inibidor das enzimas betalactamases incluindo as de amplo espectro, AmpC, carbapenemase serina como a KPC e outras da classe D de Ambler. O aztreonam (AZT) demonstrou atividade antimicrobiana contra bactérias produtoras de metalobetalactamase como a NDM e VIM. Alguns estudos já relataram que a cefatazidima/avibactam e aztreonam (CZA/AZT) apresentou atividade antimicrobiana contra isolados bacterianos multirresistentes. Assim, o presente estudo tem como objetivo verificar a ação antibacteriana in vitro da combinação de CZA/AZT contra bactérias gram-negativas produtoras de carbapenemases. Foram avaliadas cepas bacterianas isoladas de amostras clínicas em um hospital. A produção de carbapenemase nessas cepas foi confirmada pelo teste fenotípico imunocromatográfico NG-Test CARBA 5. Para verificar a ação antimicrobiana e sinérgica da combinação CZA/AZT foi utilizada a metodologia de disco aproximação em ágar Mueller Hinton com distância entre os discos de 20 mm. O desempenho da combinação de CZA/AZT foi observado em 46 isolados representados por 20 cepas de P. aeruginosa, 17 de K. pneumoniae, 3 de Morganella morganii e as outras 6 cepas eram de Citrobacter freundii, Citrobacter koseri, Enterobacter cloacae, Pseudomonas fluorescens, Providencia stuartii e Serratia marcescens. Houve sinergismo positivo para 34 cepas e a predominância de carbapenemase foi de 64,70% para NDM, 14,7% para VIM, 14,7% eram representados por cepas co-produtoras de KPC/NDM ou KPC/VIM e outros 5,88% para KPC sugerindo co-produção de um outro tipo de enzima não avaliada no teste fenotípico. Em relação aos 12 isolados com sinergismo negativo a predominância foi de 50% para KPC, 33,33% para a co-produção de KPC/VIM, 8,33% para IMP e 8,33% para VIM. Essa ineficácia da combinação CZA/AZT pode sugerir mecanismo de resistência não enzimática ou produção de carbapenemases não investigadas pelo teste fenotípico. Foi observado que 70% das cepas produtoras de metalobetalactamase com sinergismo positivo eram resistentes ao aztreonam. A avaliação in vitro de ações sinérgicas entre antimicrobianos como CZA/AZT permite melhor orientação para o tratamento de infecções causadas por bactérias multirresistentes. Além disso, é possível o monitoramento da disseminação de variantes que não apresentam suscetibilidade à ação sinérgica dos antimicrobianos testados. Portanto, esse trabalho apresentou informações relevantes que evidenciam eficácia potencial na utilização de CZA/AZT para o tratamento dessas infecções

Palavras-chave:
 Aztreonam, Ceftazidima, Sinergismo, Multirresistência


Agência de fomento:
Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia.